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Livro: Anota aí!


Propósitos do Livro:

   Para quem - Escrevemos este livro pensando em quem está frenquentando a universidade e em quem quer entrar num curso superior. Nesta nova edição, centramos nossa atenção mais fortemente para este objetivo.

   Mas também continuamos a imaginar que este texto seja interessante e proveitoso para aqueles que já concluíram a faculdade e querem relembrar a sua passagem pelos bancos escolares, para matar a saudade ou para refletir sobre as transformações que ocorreram desde os seus tempos de estudantes.

   Por quê:  Por que escrevemos este livro? Para alertar o leitor de que um curso superior significa muito mais do que obter um diploma. Cumprir currículos, assistir a aulas, realizar provas, fazer “tudo-que-o-seu-mestre-mandar”, passivamente, aguardando ansiosamente pelo dia da formatura não é, nem nunca foi, cursar uma universidade.

   Ah! Você quer saber se estudar o que foi recomendado é necessário, se tirar boas notas é importante, se aprender teorias, conceitos e definições não é mesmo essencial? A nossa resposta é simples e direta: sim! Defendemos essa tese neste livro.

   Mas isso é muito pouco. Além do óbvio, daquilo que se espera que se faça – assistir a aulas, estudar, fazer provas...-, você deve também “vestir a camisa” da instituição e do curso. Afinal, é o seu futuro que está em jogo, e você não vai querer passar pela universidade sem tê-la aproveitado intensamente e sem deixar nela a sua marca. Ou vai?!

   Meta:  O que nós, autores, desejamos que aconteça depois de você ter lido este livro? Que você saia pelo campus olhando a universidade com outros olhos, que se sinta ator principal do seu processo educativo, e não um mero coadjuvante. Que não seja apenas um espectador passível, dócil, indiferente, daqueles que "não fedem nem cheiram", que estão por aí apenas para "ver a banda passar". Que passe a refletir mais sobre a sua formação.

    Que enxergue a universidade de forma mais inteira e mais aberta. Que cobre da instituição e dos professores melhorias na sua formação presente para um futuro, não para o passado. Que se sinta mais humano num processo de profissionalização. Que se conscientize mais ainda da sua responsabilidade pelo crescimento de seus colegas (alguém já disse que não somos um ilha!). Que entenda, e se conscientize, que só uma formação integral (social, política, ética, técnica, afetiva...) vai permitir uma saudável jornada pelas complexidades da sociedade. Utopia? Achamos que não.

   Como: Qual é a "mágica" que utilizamos para conseguir alcançar essas metas? Em primeiro lugar, não achamos que sejam possíveis mágicas na educação. Mas acreditamos que discutir e refletir sobre as coisas que nos cercam, sobremaneira sobre o processo educativo, é um bom começo.

   É disto que este livro trata: apresentamos questões para ajudá-lo a refletir, sob pontos de vista diferentes dos usuais, sobre sua vida como estudante, como cidadão e como profissional, para entendê-la. Por meio de pequenos textos, abordamos temas que podem ajudá-lo a perceber o processo educativo sob novos enfoques. Imaginamos que, assim, cada um de nós possa construir formas mais positivas de compreensão do nosso papel no processo social.


Sumário:

Recados iniciais

ANOTA AÍ!

O aluno minuto
Os dez mandamentos da aprendizagem
Estoque providencial
Papéis reciclados
O cavalo do padeiro
Vai pro trono ou não vai?
É bom ler isto!
De grão em grão
A primeira reprovação a gente não esquece
Vale quanto pesa
Embarque nessa onda
A chamada cola
O monstro sagrado
Aluno bumerangue
Cara ou coroa
Rompendo barreiras
Professor 1 x 0 Aluno
Tome nota
O conhecimento escondido
Por que a pedra cai?
A importância de estudar
Sem fazer esforço
Mercado de felicidade
Aprendendo a aprender
A união faz a força
Currículo oculto
O aluno criativo
Professor, meu herói!
Aprendendo a quilo
Por quê acontece uma reprovação
Olho no olho
Como participar de uma aula
Na ponta da língua
República $audade$ do papai
O senhor do destino
Cartão de visita
O especialista
Depois da graduação
Conversas sobre a profissão
Formação e mercado de trabalho
A chave do sucesso
Ao mestre com carinho
O mundo de Sofia
Formidável mundo moderno
Na rede, de papo pro ar

NOTAS FINAIS

Professores aprendizes
Última chamada

Notas Finais:

    Confessamos que foi difícil escrever este livro. Afinal, o que é este livro? Ou melhor, será ele mesmo um livro?

   Temos como meta conversar com você que está entrando na universidade ou com você que, por meio de deliciosas recordações, se remete de volta aos bancos escolares e pode travar excelentes diálogos com seus filhos e netos sobre a riqueza e importância dessa fase da vida.

   Por isso, precisávamos definir que linguagem usar, quais motivações privilegiar, qual estrutura definir..., e não sabíamos se isso era de fato o mais importante neste momento.

   Somos dois engenheiros mecânicos que abraçaram a carreira de professores universitários e, depois de longa experiência, estamos querendo aprender mais um pouco com quem vem com a mente aberta e cheia de sonhos, projetos, angústias... Afinal a vida é um eterno aprendizado.

   Escrevemos um livro chamado Introdução à Engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos, que sugerimos seja lido, especialmente por aqueles que abraçaram a carreira técnica. Já naquela publicação tínhamos uma preocupação com essa questão. Por isso a nossa tentativa de expandir um pouco mais a ideia para todos que vão enfrentar este novo mundo.

   Portanto, entendam todos que este texto contém limitações, que é uma construção, que é uma porta de acesso a discussões, encontros e desencontros. Sabemos que as críticas são livres e bem-vindas. Sabemos que elas acontecem sempre que alguém ousa falar da universidade de forma não usual. Sabemos também que, junto com as virtudes inerentes à profissão que abraçamos, ajudamos também a perpeturar vícios que ela nos forjou.

   Mas a nossa ideia geral não tem pretensões maiores que apenas tentar facilitar a chegada a um curso superior, tornando a trajetória da vida estudantil mais profícua e prazerosa.

   Nossa ideia aqui passou por novas abordagens. Mais descontraídas, mais enigmáticas, mas nem por isso menos importantes para o início de uma boa jornada.

Última Chamada:

   Façamos uma metáfora comparando a chegada à universidade com o ato de embarcar num veículo em movimento. Veículo que já tem uma trajetória antiga e consolidada, que funciona como um sistema bem-estruturado, com personagens ocupando suas posições nos assentos. Embarcar não é tão fácil quanto parece.

   Filmes de aventura, desenhos animados e jogos virtuais raramente espelham algum realismo nas suas fantasiosas cenas de heróis e bandidos saltando de um veículo em movimento para outro. Mas na vida real às vezes nem alcançamos o veículo. Quando conseguimos isso, temos dificuldade de nos equilibrar dentro dele. Quando muito, chegamos e mal entendemos as regras do jogo, de onde vem o veículo, como ele funciona, para onde vai, quem ou o que o comanda, onde está o manual de operação dos equipamentos de bordo. Enfim, temos de, com rapidez, embarcar, nos desembaraçar dos rituais de chegada, pegar o “jeito da coisa”, entender a linguagem utilizada lá dentro, as relações de forças e começar a colher os frutos da viagem.

   No começo nem temos direito a assentos. Ficamos pendurados nos estribos, nas cordas de segurança, segurando nas mãos dos mais experientes, tentando seguir algumas instruções e conselhos esparsos vindos de algum lugar desconhecido. A cada curva, a cada mudança de trajeto, rodopiamos feito folhas secas num vendaval.

   Para quem chega, tudo é novo, complexo, mágico. A muito custo, com o tempo, a tempestade acalma, a poeira baixa, as coisas parecem fazer sentido, o novo pouco a pouco começa a ficar familiar. O complexo se transforma em algo instigante, um estímulo ao nosso intelecto, e o que antes parecia mágico revela-se um desafio à espera de solução.

   Mas nem todos têm a sorte de compreender todo esse processo a tempo de usufruir os serviços de bordo, os benefícios da aventura ou de se deliciarem com a privilegiada paisagem da janela.

   Embarcar em qualquer novo curso, que às vezes escolhemos nem sabemos porque, é quase isso. Tudo já funciona, há regras, técnicas, procedimentos, linguagem própria, posições hierárquicas, história, teorias, conceitos, relações de interesses, enfim, um monstruoso quebra-cabeças repleto de peças que dançam cumprindo papéis mais ou menos bem definidos. O quadro parece já estar pintado, cristalizado, emoldurado, tudo pronto, e só nos basta apreciá-lo, compreendê-lo, nos maravilhar com o seu esplendor.

   Qualquer profissão é fruto do trabalho de milhares de pessoas que, ao longo dos tempos, estudaram, arriscaram, investiram anos de suas vidas, que se decepcionaram e que exultaram com os resultados de suas soluções. Mais que isso: são profissões que precisam constantemente renovar seus arsenais de cabeças pensantes bem qualificadas, irrequietas, criativas, dispostas a batalhar e a ultrapassar limites, curiosas.

   Elas são formidáveis veículos que se movem e que, a cada nova estação, arregimentam pilotos, passageiros, colaboradores, entusiastas, críticos, todos ávidos por fazer parte do cenário, cheios de esperança, motivação e energia, mas também repletos de dúvidas, incertezas e medos. Afinal, estão embarcando numa “carruagem de fogo”, e muitos dos novos personagens que entram em cena só conhecem dela traços caricatos que pouco ajudam a entendê-la. Por isso, como numa imaginária carruagem de fogo, quem numa profissão embarca precisa passar por um ritual de adaptação, para poder reconhecer o terreno, ocupar seus espaços, colher bom proveito da jornada.

   Estamos falando da sua profissão, da sua escolha, da sua vida inserida na sociedade. A profissão, que é cheia de surpresas, suspenses, dúvidas, técnicas, experiências, soluções, teorizações, frustrações, vitórias, derrotas, enfim, de um conjunto incalculável de conhecimentos e dúvidas que desafiam a nossa mente, e que, a cada novo problema, nos surpreendem e despertam novas idéias.

   No trajeto oficial de construção de nossa identidade profissional e cidadã, cada virada de página, cada gaveta aberta, cada porta que se abre, cada curva, apresentará novos mundos a descortinar. Tudo isso nos revela um universo inteiro de estudos, teorias, lutas, acertos e desacertos.

   Se o que estudamos foi pra valer, para onde olharmos lá estarão as nossas teorias, a nossa profissão, os nossos conceitos, as nossas soluções, a nossa cultura, os nossos relacionamentos, enfim, o nosso viver. Na roupa que vestimos, na comida que comemos, no livro que lemos, nos carros, no cinema, na televisão, no consultório médico, no show de nossa banda preferida, lá estará tudo isso no palco dos acontecimentos.

   Anota aí é um texto que buscou facilitar o embarque na carreira universitária, que, além de uma profissão, nos permite conhecer a vida. Com ele, de forma mais descontraída, tentamos abreviar o tempo de adaptação, acelerar o processo de decantação da poeira, mostrar as possibilidades e os encantos do aprender, do estudar, do viver.

   Mas nós não pretendemos que ele seja um bote salva-vidas, uma porta de emergência, um lenitivo capaz de resolver qualquer disfunção do sistema. Buscamos, com este texto oferecer uma contribuição para o ensino no Brasil, visando os estudantes nas suas mais diversas habilitações.

   Esperamos que tenha sido uma boa leitura.


 

 

 


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