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Livro: Introdução à Engenharia. Conceitos ferramentas e comportamentos.(4ª edição)


Apresentação:

Uma nova edição

   Estamos comemorando o 25º aniversário de um livro que marcou época na Editora da UFSC. Originalmente este texto foi escrito em forma de apostila, para servir de base para a disciplina Introdução à Engenharia Mecânica da UFSC. Isso em 1986. Logo em seguida, incentivados por colegas, preparamos a primeira edição de um livro, publicado em 1988 pela Editora da UFSC.
   Desde aquela época, decidimos que iríamos escrever um texto que servisse para todas as engenharias, e não apenas para a Engenharia Mecânica, que era a nossa base de atuação. Depois de algumas tiragens esgotadas, resolvemos, sucessivamente, promover alterações, adições e melhoramentos no texto, resultando em várias edições, com talvez mais de 40 mil exemplares já comercializados.
   Em 2006 resolvemos promover uma reforma mais radical no livro. Embora mantendo o objetivo original, o seu conteúdo foi atualizado, ampliado, e o seu nome foi alterado para Introdução à engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos, título que ainda carrega em 2013.
   Gostamos do resultado e queremos dividir com todos a nossa satisfação e a nossa honra em disponibilizar esta edição àqueles que querem fazer da engenharia sua profissão de vida.
   Para quem em 1988 via a empreitada como um devaneio, queremos ainda salientar: esta edição comemorativa traz 25 anos de árduo trabalho na lida de educar na área tecnológica e inaugura o novo projeto de capa da Coleção Didática da Editora da UFSC.

Professor Walter Antonio Bazzo
Walter.bazzo@ufsc.br

Professor Luiz Teixeira do Vale Pereira

Prefácio:

Carruagem de fogo

   Embarcar num veículo em movimento, que já tem uma trajetória antiga e consolidada, que funciona como um sistema bem-estruturado, com personagens ocupando suas posições nos assentos, não é tão fácil quanto parece. Filmes de aventura, desenhos animados e jogos raramente espelham algum realismo nas suas fantasiosas cenas de heróis e bandidos saltando de um veículo em movimento para outro.

   Mas na vida real às vezes nem alcançamos o veículo. Quando conseguimos isso, temos dificuldade de nos equilibrarmos na sua carenagem, ou dentro dele. Quando muito, chegamos e mal entendemos as regras do jogo, de onde vem o veículo, como ele funciona, para onde vai, quem ou o que o comanda, onde está o manual de operação dos equipamentos de bordo. Enfim, temos de, com rapidez, embarcar, nos desembaraçar dos rituais de chegada, pegar o “jeito da coisa”, entender a linguagem utilizada lá dentro, as relações de forças e começar a colher os frutos da viagem, ou quem sabe até contribuir para corrigir o trajeto em curso.

   E no começo nem temos direito a assentos, ficamos pendurados nos estribos, nas cordas de segurança, segurando nas mãos dos mais experientes, tentando seguir algumas instruções e conselhos esparsos vindos não se sabe de onde. A cada curva, a cada irregularidade da pista ou mudança de velocidade, rodopiamos feito folhas secas num vendaval.

   Para quem chega, tudo é novo, complexo, mágico. A muito custo, com o tempo, a tempestade acalma, a poeira baixa, as coisas parecem fazer sentido, o novo pouco a pouco começa a ficar familiar. O complexo se transforma em algo instigante, um estímulo ao nosso intelecto, e o que antes parecia mágico revela-se um desafio à espera de solução. Mas nem todos têm a sorte de compreender todo esse processo a tempo de usufruir os serviços de bordo, os benefícios da aventura ou de se deliciarem com a privilegiada paisagem da janela.

   Embarcar num curso de engenharia é quase isso. Tudo já funciona, há regras, técnicas, procedimentos, linguagem própria, posições hierárquicas, história, teorias, conceitos, relações de interesses, enfim, um tabuleiro repleto de peças que dançam cumprindo papéis mais ou menos bem definidos. O quadro parece já estar pintado, cristalizado, emoldurado, tudo pronto, e só nos basta apreciá-lo, compreendê-lo, nos maravilhar com o seu esplendor.

   Engenharia: eis uma profissão que é fruto do trabalho de milhares de pessoas que, ao longo dos tempos, estudaram, arriscaram, investiram anos de suas vidas, que se decepcionaram e que exultaram com os resultados de suas soluções. Mais que isso: esta é uma profissão que precisa constantemente renovar seus arsenais de “mentes-de-obra” bem qualificadas, irrequietas, criativas, dispostas a batalhar e a ultrapassar limites, curiosas.

   A engenharia é um formidável veículo que se move e que, a cada nova estação, arregimenta pilotos, passageiros, colaboradores, entusiastas, críticos, todos ávidos por fazer parte do cenário, cheios de esperança, motivação e energia, mas também repletos de dúvidas, incertezas e medos. Afinal, estão embarcando numa “carruagem de fogo”, e muitos dos novos personagens que entram em cena só conhecem dela traços caricatos que pouco ajudam a entendê-la. Por isso, como numa imaginária carruagem de fogo, quem nela embarca precisa passar por um ritual de adaptação, para poder reconhecer o terreno, ocupar seus espaços, colher bom proveito do passeio.

   Afinal, não estamos falando de atividades profissionais num sentido genérico, de qualquer uma delas. Estamos falando da engenharia, justo a engenharia, esta fascinante atividade humana. Ela mesma, que é cheia de surpresas, suspenses, dúvidas, técnicas, experiências, soluções, teorizações, enfim, de um conjunto incalculável de conhecimentos que desafiam a nossa mente, e que, a cada novo problema, nos surpreendem e despertam novas idéias.

   Nessa profissão é como se, a cada virada de página, a cada gaveta aberta, a cada porta que se abre, a cada curva, um novo mundo fosse descortinado. As técnicas de fabricação, o processo de obtenção dos materiais, os fenômenos físicos, os procedimentos matemáticos necessários para o cálculo da estrutura ou os ensaios em laboratório envolvidos, por exemplo, numa lata de refrigerante, na sola de um tênis ou na maçaneta da porta de nossas casas revelam um universo inteiro de estudos, teorias, lutas, acertos e desacertos.

   

   Para onde olharmos, lá estará a engenharia, veículo que embala fantásticos sonhos da humanidade. Na roupa que vestimos, na comida que comemos, no livro que lemos, nos carros, no cinema, na televisão, no consultório médico, no show de nossa banda preferida, lá está ela no palco dos acontecimentos.

   Introdução à engenharia: conceitos, ferramentas e comportamentos é um texto que busca facilitar o embarque na carreira, abreviar o tempo de adaptação, acelerar o processo de decantação da poeira, mostrar as possibilidades e os encantos da profissão.

   Mas nós não pretendemos que ele seja um bote salva-vidas, uma porta de emergência, um lenitivo capaz de resolver qualquer disfunção do sistema. Buscamos, com este texto, oferecer uma contribuição para o ensino de engenharia no Brasil, visando aos recém-ingressos nas suas mais diversas habilitações.

   Sua origem remonta a 1986, quando preparamos uma primeira apostila para uma disciplina de introdução à engenharia. Ao longo desse tempo, o material original foi transformado num livro – que gerou várias edições e inúmeras tiragens. A sua história e transformação agora num novo livro – basicamente com o mesmo propósito dos anteriores, mas com conteúdo aprimorado e viés epistemológico diferente – revela antes de mais nada uma aposta na sua pertinência pedagógica e técnica e na sua adequação ao cenário educacional brasileiro.

   Em linhas gerais, este livro aborda a estrutura, alguns limites, a trajetória, os compromissos técnicos e sociais e algumas ferramentas de trabalho da engenharia hoje praticada. Ou seja, buscamos ajudar a esclarecer quem é esta entidade desconcertante – a engenharia, carruagem movida pelo fogo do deus mitológico Prometeu –, tornando menos árduo e mais prazeroso o embarque na profissão.

Walter Antonio Bazzo
wbazzo@emc.ufsc.br
Luiz Teixeira do Vale Pereira
teixeira@emc.ufsc.br

Sumário:

 

Capítulo 1 Chegando à universidade                                                                           

Ponto de partida
Alerta
Novos desafios – o ensino universitário
Uma nova fase
Por que estudar?
Considerações sobre um método de estudo
Comentários gerais
Anota aí!

Capítulo 2 Um método de estudo                                                                                                   

Condições para viabilizar o estudo
Fases do estudo
Preparação
Captação
Processamento
Sala de aula
Estudos extraclasse
Sobre a leitura
Outras recomendações
Aula de laboratório
Estágio
Trabalho escolar

Capítulo 3 Comunicação                                                                               

O engenheiro e a comunicação
Processo de comunicação
Redação
Linguagem técnica
Impessoalidade
Objetividade
Clareza
Modéstia e cortesia
Recursos auxiliares
Título
Abreviaturas
Ilustrações
Citações
Notas de rodapé
Estrutura básica de um trabalho escrito
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Partes complementares
Capa
Folha de rosto
Agradecimentos
Prefácio
Resumo
Sumário
Lista de símbolos, abreviaturas e siglas
Referências
Apêndice e anexo
Índice remissivo
Contracapa
Apresentação física do relatório técnico
O desenho na comunicação
Trabalho escolar


Capítulo 4 Pesquisa tecnológica                                                                                                   

Bases da sociedade moderna
Uma visão sobre as ciências
Sobre a pesquisa tecnológica
Ciência e tecnologia
Ensino de engenharia, ciência e tecnologia
Método de pesquisa
Tipos de conhecimento
Processos do método de pesquisa
Observação
Pesquisa bibliográfica
Hipótese
Experimentação
Indução
Dedução
Análise e síntese
Teoria
Exemplo de um trabalho de engenharia
Exemplo de um trabalho de pesquisa
Organização da pesquisa

Capítulo 5 Criatividade                                                                                

A arte da engenharia
O que é criatividade
As bases da criatividade
Conhecimentos
Esforço exercido
Aptidão
Método empregado
O processo criativo
Espaço de soluções de um problema
Barreiras que afetam a criatividade
Conservadorismo
Dependência excessiva dos outros
Fixação funcional
Hábito
Medo de crítica
Motivação em excesso
Preocupação prematura com detalhes
Rejeição prematura
Satisfação prematura
Técnicas de estímulo a criatividade
Analogia
Brainstorming
Caixa morfológica
Caixa-preta
Empatia
Inversão
Quebra de adaptação psicológica
O crítico e o perceptivo


Capítulo 6 Modelos e simulação                                                                                                      

Modelagem
O que é modelar
Modelos e sua classificação
Modelo icônico
Modelo diagramático
Modelo matemático
Representação gráfica
Valor dos modelos
O modelo e o sistema físico real
Exemplo de modelagem matemática
Validade das hipóteses simplificativas
Para que servem os modelos
Pensar
Comunicar
Prever
Controlar
Ensinar e treinar
O que é simular
Tipos de simulação
Simulação icônica
Simulação analógica
Simulação matemática

Capítulo 7 Otimização                                                                                   

A procura por melhoras soluções
A melhor solução
Modelos de otimização
Modelo otimizante
Modelo de entrada-saída
Métodos de otimização
Otimização por evolução
Otimização por intuição
Otimização por tentativa
Técnica gráfica
Método analítico
Otimização com uma variável
Otimização com duas ou mais variáveis
Exemplo de otimização – problema do projétil

Capítulo 8 Projeto                                                                                                        

A essência da engenharia
Como ser um bom projetista
O que é projeto?
Processo de projeto
Ação científica e ação tecnológica
Fases do projeto
Identificação de uma necessidade
Definição do problema
Coleta de informações
Concepção da solução
Avaliação do projeto
Especificação da solução final
Comunicação do projeto
Informações complementares
Abordagem de problemas em engenharia

Capítulo 9 Origens da engenharia                                                                                                              

Por que estudar história da engenharia?
Síntese histórica
Habilidade técnica: um diferencial humano
A técnica faz diferença
Surgimento da engenharia moderna
Marcos históricos importantes
A engenharia nasce como profissão
As primeiras escolas de engenharia
Fatos marcantes da ciência e da tecnologia
Início da engenharia no Brasil

Capítulo 10 O engenheiro                                                                                             

Engenharia e sociedade
Engenheiro e sociedade
Dinâmica do mercado de trabalho
Engenheiro no mercado de trabalho
O engenheiro e o técnico
Qualidades desejáveis de um profissional
Aperfeiçoamento contínuo
Comunicação
Conhecimentos objetivos
Ética profissional
Experimentação
Relações humanas
Trabalho em equipe
Por que várias engenharias
Processo de formação profissional
As bases de um curso de engenharia
Núcleos profissionalizante e específico
Formação complementar
As várias engenharias

Referências                                                   

Apêndice Sistema Internacional de Unidades                                                 

Regras de emprego do SI
Grafia dos nomes de unidades
Grafia dos símbolos
Grafia de números
Pronúncia dos múltiplos e submúltiplos decimais das unidades
Múltiplos e submúltiplos
Algumas transformações de unidades
Nomes especiais de algumas unidades do SI

 

 

 


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